O guarda penal Jorge José da Rocha Guaranho poderia ter cometido um massacre na cidade de Foz do Iguaçu (PR) se não tivesse sido detido pelo guarda penal Marcelo Arruda, morto a tiros no final de semana passado.

“O Guaranho, quando foi atingido pelos tiros do Marcelo em legítima defesa, ainda estava portando uma pistola com 11 cápsulas, 11 projéteis não deflagrados”, disse o advogado da família de Arruda, Daniel Godoy Junior, em entrevista exclusiva à TV GGN 20 horas.

“Se o Marcelo heroicamente não tivesse resistido, nós tínhamos um massacre ali, é provável que tivéssemos um massacre”, ressalta o advogado.

Goody também discorreu sobre o relatório final da Polícia Civil do Paraná, que descartou motivação política na morte de Arruda, apontando que o crime foi um homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum.

“Eu repassei o relatório conclusivo, o relatório tardio, no qual a autoridade policial em um parágrafo resume a situação dizendo que, em um primeiro momento houve uma desavença por razão política, que foi a primeira ida, mas no segundo não – ele foi lá para, como diria, para honrar a sua masculinidade, não disse no inquérito mas é o tipo de comportamento desse sujeito”, afirma Godoy.

Pressa na conclusão das investigações
Diante disso, o advogado questiona como é possível dissociar uma vez que, no conjunto das narrativas dos termos de declaração, “fica evidenciado que ele (Guaranho) viu as imagens da câmera a partir do celular de uma pessoa que tinha acesso a ela e foi lá na sede”.

“Eu pergunto para você o seguinte: se eu tivesse fazendo uma festa de aniversário motivada com a temática do Papai Noel, por exemplo, o Guaranho ia lá na tua festa?”, pergunta Daniel Godoy Junior.

O advogado da família de Marcelo Arruda também questionou a velocidade com que a investigação foi finalizada, uma vez que o prazo para o cumprimento das diligências do inquérito se encerra apenas na próxima terça-feira, dia 19 de julho.

“Tudo bem, foi feita busca apreensão do celular, foi feita busca apreensão de um veículo, imagens do DVR lá da associação que gravou as imagens, isso tudo foi remetido para Curitiba, vai ser feito uma perícia, vai demorar de 20 a 30 dias”, diz Godoy. “Tudo bem, mas por que não foram ouvidas mais testemunhas? Porque não foram acertadas mais diligências?”